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H. C. Andersen e Walt Disney

2 de Junho de 2023

 

Professor, Ph.D. Ana Maria M. d. C. S. Langkilde e mag.art. Niels Jørgen M. d. C. S. Langkilde | Instituto H. C. Andersen Sandholts Lyndelse e Marília, São Paulo, Brasil

 

Os contos de fadas e histórias de H. C. Andersen são conhecidos, lidos e amados em todo o mundo. Periodicamente eles são traduzidos, trazidos para o palco e para a tela. Quase sempre eles são deturpados, adulterados de uma forma bastante agressiva se considerarmos a forma original. Esse tratamento seria tão terrível assim? Não, na literatura é assim, para o bem ou para o mal. A nova literatura é uma boa mistura de originalidade do autor e reaproveitamento de velhas ideias e textos do próprio autor e de outros autores. H. C. Andersen também usou fontes ou textos inspiradores em muitas de suas obras, incluindo os contos de fadas e histórias.

 

Um bom exemplo é o uso que Walt Disney faz dos contos de fadas e histórias de H. C. Andersen. Walt Disney conhecia H. C. Andersen pelas leituras de sua mãe. Seu primeiro trabalho foi, provavelmente, um curta-metragem de 1931 em preto e branco. O filme tem apenas alguns minutos de duração.

 

Mais tarde, "Tommelise (A Polegarzinha)" veio em versão longa-metragem (1994). O fato de um conto de fadas curto se transformar em um longa-metragem naturalmente significa que muito foi acrescentado a ele.

 

"A pequena vendedora de fósforos " foi transformado em um curta-metragem de 6 minutos em 2006. "The Standhaftige Tinsoldat (O soldadinho de chumbo)" não teve uma duração maior em "Fantasia" de 2000. A música de Dmitri Shostakovich e a apresentação de Bette Midler deram vida ao " Soldadinho de chumbo".

 

Nenhum desses filmes, provavelmente, permanece na lembrança de muitas pessoas hoje, mas quando a Disney lançou "A Pequena Sereia", algo aconteceu.


A "Rainha da Neve" tornou-se "Frost" numa adaptação bastante significativa a partir de 2013 e nos anos seguintes. Os editores usaram o material como um musical, longa-metragem e série e provavelmente muito mais sobre o qual eu não tenho conhecimento. Há uma quantidade de personagens novos criados para o deleite de crianças em todo o mundo.

 

 

"A Pequena Sereia" foi adaptada pela primeira vez para uma versão cinematográfica por Walt Disney em 1989. O final foi significativamente alterado; o cabelo ruivo, da personagem principal, tornou-se icônico para muitas das versões ilustradas posteriormente. O final deste conto é alterado de muitas maneiras. Tanto o cabelo ruivo, quanto os novos finais podem ser encontrados em diferentes versões aqui no Brasil, onde o conto de fadas foi reimpresso em uma versão abreviada e alterada várias vezes. O cabelo ruivo também é visto na versão musical.

 

Uma nova versão do filme está a caminho. Há rumores de que a cor da pele mudará para algo mais escuro desta vez. Se for verdade, então o filme poderá ajudar a focar a importância da etnia. O tempo dirá se "A Pequena Sereia" sucumbirá com esse tratamento. Eu não penso assim. "A Pequena Sereia" também fala sobre oportunidades de expressão e o que acontece quando elas são privadas. Provavelmente, muitos podem ver que nem todas as cores de pele têm oportunidades iguais de expressão e que a falta de oportunidades de expressão causa problemas dramáticos. Por fim, deixe o velho poeta de contos de fadas ajudar a construir pontes e abrir novos entendimentos.


O último capítulo sobre H. C. Andersen e Walt Disney não foi escrito. A Disney provavelmente recuperará mais tesouros das obras do autor de contos de fadas. Um dos pesquisadores do H. C. Andersen Centre também fez um tour pelos arquivos da Disney, e muitas pesquisas importantes provavelmente resultarão disso. Podemos, portanto, ficar felizes que a Universidade do Sul da Dinamarca tenha dado suporte aos pesquisadores de H. C. Andersen, mesmo com os cortes feitos pelo governo, no que diz respeito a verbas para a cultura.


A conclusão deve ser que nós, na Dinamarca, devemos tentar usar seus contos e histórias na mídia mesmo considerando que adaptações ruins e meio ruins passam por maus bocados em nosso pais, sem excluir as reinterpretações originais. Entre outras coisas, isso requer boas traduções diretamente do dinamarquês, e aqui ainda há muito trabalho para os tradutores. Boas traduções também significam adaptar a cultura dinamarquesa da Era de Ouro à cultura que existe hoje, seja em São Paulo, Nova York ou Kiev.

Autor:
Ana Maria Martins da Costa Santos Niels Jørgen M. da C. S. Langkilde
Ilustração:
Walt Disney
Fonte:
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Contribuição:
Niels Jørgen Langkilde