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Vigésima oitava noite

Written by: Hans Christian Andersen

“Havia uma sensação de calma e paz no ar, “ falou-me a Lua, “a água estava transparente e, sobre ela eu deslizava. Bem ao fundo plantas estranhas estendiam seus ramos em minha direção, lembravam-me árvores gigantes tão comum em florestas. Peixes voavam acima de suas copas, nadando de um lado para o outro como a bailar. Muito acima, com muita majestade, voava num bando de cisnes selvagens. Porém, entre eles, um começou a perder suas forças esgotado de tanto voar e foi caindo, caindo até distanciar-se do restante do grupo. O bando o seguia com o olhar até que se perdessem. Suas asas estavam bem abertas e ele descia, vagarosamente, como se flutuasse no ar, completamente parado, tocando finalmente a água. Afundou sua cabeça entre suas asas e, em completo silêncio e totalmente parado ficou assim; parecia uma flor de lótus sob as águas tranquilas do lago. Uma brisa serena começou a soprar ondulando as águas do lago que reagiam às nuvens escuras e à chuva bem mais longe. De repente, o cisne ergueu a cabeça e uma onda azul bateu com força em seu peito e suas costas. Quando os raios da manhã tocaram o lago, o cisne já havia recuperado suas forças e assim, ergueu seu voo rumo ao sol nascente, para encontrar seu bando. Algo novo podia-se perceber, ele voava sozinho, em seu coração havia saudade, sozinho voava sob o azul umedecido do firmamento.”

© Todos os direitos reservados a H.C Andersen Institutte ®

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