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Vigésima nona noite

Written by: Hans Christian Andersen

“Hoje quero descrever um pouco mais da Suécia” disse a Lua. “ entre os muito pinheiros que podem ser vistos nas proximidades das melancólicas margens do Roxen, encontramos o mosteiro de Bred. Meus raios escorregaram por entre as grades e alcançaram as câmaras mortuárias. Lá os reis dormiam seu último sono em imponentes jazigos de pedra. Pude ver que cada um deles poderia ser reconhecido pelos emblemas que os representavam em sua estadia e título terrenos. Ficavam pendurados nas paredes acima de seus jazigos. Havia uma cópia de uma coroa real, folheada de ouro que adornaram suas cabeças em vida. Pendia solene de um cabide. Animais devoravam a madeira, enquanto aranhas teciam suas teias que iam da coroa para o esquife e de lá retornavam para a coroa. Podiam facilmente ser comparadas a uma bandeira de luto, muito frágil lembrando a fragilidade e as dores da morte. Todos ali dormiam seu sono tranquilos! Eles ainda estão vivos em minha memória. Claramente vejo seus lábios a sorrirem ou a se contraírem dependendo da situação de alegria ou de dor que estavam vivendo. Quando os barcos que trazem turistas fazem ali uma parada, acontece de algum estrangeiro descer e entrar naquele lugar. Já lá dentro, pergunta o nome dos reis, mas a reposta soa estranha, ali estão os restos mortais de pessoas esquecidas. Com um sorriso complacente na face, olha para aquele ambiente carcomido pelo tempo e sua expressão é de tristeza. Durmam em paz todos vocês! A Lua recorda-se de todos vocês e todas as noites manda até aqui seus raios para esse espaço de absoluto silêncio e poder, claramente percebido pela majestosa coroa.

© Todos os direitos reservados a H.C Andersen Institutte ®

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